terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Leishmaniose





Olá meus queridos, estou lhes escrevendo porque hoje foi um dia muito sofrido para mim e minha família, pois eu entreguei, matei, concenti a eutanásia da minha princesinha, uma cadelinha da raça coquer pura, cor preta, que atendia por “Guta”, muito dócil e obediente, nos alegrava a cada dia, passou 8 anos conosco, era integrante da nossa família, mas foi a quinta que matamos.
Guta, como todos os outros cachorros do bairro passou pela triagem feita pelo centro de zoonoses, e seu exame deu negativo, então recebeu a coleira, um repelente para o mosquito, ficamos muito felizes, porque nossa cadelinha não estava contaminada e agora protegida. Ocorre que cerca de 6 meses depois, mesmo após diversas trocas da coleira, percebemos que ela estava com os olhos remelentos e uma crosta se formando ao redor deles, então a levei ao hospital veterinário e o médico veterinário me alertou que ela estava com sintomas da doença, foi feito o exame e deu positivo, pronto, não sabiamos o que fazer, fomos atrás de tratamento para salvar a vida de nossa mascote, porém descobrimos que não há tratamento, que o Ministério da Saúde havia proibido o tratamento que estava sendo feito em animais utilizando remédio de seres humanos (que por sinal estava dando certo), o médico veterinário que nos atendeu reletou que muitas pessoas faziam o tratamento escondido, porém conviviam com o hospedeiro em suas casas, colocando em risco suas vidas, a dos visinhos, da cidade, e que cabia a nós a escolha de tentar salvar ou entregar para a morte nosso animal, sem contar que, se o centro de zoonoses descobrisse que mantínhamos um animal contaminado teriamos que entrega-lo, e ainda, pagar uma multa de aproximadamente R$7.000,00 (sete mil reail) por te-la deixado viva, logo logo nos deparemos com outra dificuldade, o remédio não estava sendo mais comercializado, para consegui-lo teríamos que ir ao Paraguay e então compra-lo, se fossemos pegos pela Policia Rodoviária Federal seríamos presos. Então comecei a pensar que para eles (Governo, Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e afins) é muito mais prático matar o animal (hospedeiro), do que exterminar o mosquito, porque como você, eu também esqueci por um momento que este é o vilão da história e não nossos cães. E fui além, no ano passado 28 pessoas morreram em Mato Grosso do Sul, 14 na capital Campo Grande, vítimas da doença Leishmaniose, isso é muito mais grave do que a morte de milhares de animais não é, se é ou não, não vem ao caso, o que quero pensar e me pergunto toda hora é porque as outoridades não investem no combate ao mosquito transmissor, estas coleiras não resolvem NADA, como você viu Guta estava usando quando pegou a doença. Porque não vemos mais carros fumacê? Dizem que a população se incomodava com o cheiro muito forte, que ótimo, então vamos todos nos sentir culpados e matar nossos animais cada vez mais, melhor, vamos extinguir a espécie, poque assim o mosquito não terá os cachorros para picar, já me pergunto: quem serão os proximos? E também, animal não vota né, porque se votasse.

A Leishmaniose é transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos conhecido popularmente por mosquito palha. Nos últimos 20 anos, houve um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. A leishmaniose também pode afetar o cão ou a raposa, que são considerados os reservatórios da doença.

Enquanto no Homem consegue-se uma cura definitiva, no cão o tratamento raramente leva à cura definitiva, pois o animal mantém-se como portador, apresentando uma melhoria clínica, com o desaparecimento dos sinais clínicos, que reaparecerão passados meses. As recidivas no cão também podem ser devidas a reinfecção, principalmente se o cão viver numa região endémica.

No cão ainda não existe uma vacina comercializada. Atualmente a forma mais eficaz de prevenção passa pela utilização de produtos especiais com efeito de repelência sobre os flebótomos. Estão comercializados vários produtos à base de piretróides sintéticos. O produto que tem demonstrado mais eficácia e que é mais recomendado e referenciado é a coleira impregnada com deltametrina. Recentemente (Maio de 2007), as autoridades sanitárias do Município de Campo Grande
Mato Grosso do Sul, no Brasil, adquiriram vários milhares destas coleiras para fazer frente à leishmaniose canina.

Têm-se tentado o tratamento canino em várias partes do Brasil, mas sem sucesso. O Ministério da Saúde proíbe o uso do Glucantime (medicamente de primeira escolha para o tratamento humano) em cães através de portaria ministerial, bem como o tratamento canino com qualquer medicamento não aprovado por ele. O conselho Federal de Medicina Veterinária apurará denúncias de tratamento canino realizada por Médicos Veterinários, aplicando a esses as devidas sanções.